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  • Foto do escritorrutefiguinha

A vida tem destas tramas

Tem dias que eu acordo com uma força tremenda e outros em que a força decide me abandonar.

Olho para o meu percurso até aqui e afirmo que não escolhi aqui chegar.

A vida tem destas tramas que insiste em colocar-nos estes traumas e mesmo assim continuar.

Hoje faz precisamente dois anos que tive o meu acidente. "21 de Agosto de 2017" Um acidente violento que me teria colhido a vida, não fosse eu ter ainda, uma missão que desconheço mas que abraço com todas as minhas forças em desvendar em vida.

Posso dizer passado este tempo que venci a morte pelo menos uma vez, já o meu filho Pedro foi vencido por ela, por lhe ter faltado a sensatez.

Uma quase morte, uma morte consumada e outra quase morte imposta por ti desta vez.

Hoje passados quase três meses desde que partiste, fiz o meu percurso até casa a chorar e a gritar.

Encontrei uma amiga que me partilhou o que eu já sabia por outras palavras na boca dos profissionais que te encontraram.

"Não dá para entender" comentava ela..."Mais a mais quando ele ainda em vida partilha com quem o socorreu no local, que se tinha arrependido do salto que veio a ser mortal, que era burro por ter colocado a sua vida em perigo" (Mas já era tarde demais filho).

"que fiz eu?" disseste tu.

- Eu digo-te o que fizeste Pedro!

Mataste-nos a todos no dia em que morreste!

Arrependeste-te meu filho, mas de nada te valeu neste plano, talvez aí em cima seja um motivo para te reabilitarem, mas aqui neste plano, foste punido com a mais terrível de todas as sentenças, a MORTE.

Hoje sou uma moribunda que aqui ando, sem entender o que realmente aconteceu.


Amo-te e amar-te-ei eternamente, mas o meu coração está endurecido pela dor no momento e ainda não consigo perdoar-te.

Desculpa-me Pedrocas, mas prometo que irei tentar.




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