Defilhada

21 de Julho 2019 Hoje deparei-me com um pormenor que de relevância tem pouco meu querido, mas não deixa de ser um pormenor que embora pouco relevante não deixa de ser importante. "Afinal falo somente de um termo ou titulo se assim o quisermos chamar". Um homem ou uma mulher quando seu esposo ou esposa perde, adquire o título de viúvo ou viúva. Um filho que um pai ou uma mãe perde, adquire o título de órfão. Mas e um pai ou uma mãe que perde um filho??? Não existe palavra que a defina. Seremos sempre mães e pais do filho que morreu ou da filha. É aqui que se encaixa na perfeição o que venho a sentir nos quase dois meses desde que partiste. Quando alguém na rua me encontra, e me interpela. " Você é a mãe do Pedro" Deixei de ser a Rute para passar a ser a mãe do Pedro e assim viver à sombra da tua trágica morte. Só de pensar que dantes era tão diferente! Era eu a primeira a dizer que sou a tua mãe. Mas foram outros tempos. Tempos em que eu era completa. Confesso que hoje em dia chego a fingir que não ouço o chamar do meu nome ao longe e assim seguir o meu caminho. O confronto com as pessoas que me param para me dar um abraço ou um beijo desperta-me para a realidade de já não te ter mais aqui junto de mim e eu não gosto nem nunca gostei de dramatização ou de passar por "coitadinha". Prefiro acreditar que te encontras a fazer uma viagem e vai levar muitos anos até nos voltarmos a reencontrar e dar-mos aquele abraço. É nisso que eu quero acreditar e é a isso que eu me agarro todos os dias que saio à rua e encaro as pessoas que se cruzam comigo. Fazes-me muita falta sabias??? Amo-te e amar-te-ei eternamente meu Pedrocas. 💙😭