Constato com o passar do tempo, recordando tudo o que vivi contigo e mesmo com alguns lapsos de memória, dou-me conta que ensinei-te tanto sobre o que era a vida e a verdadeira essência de se viver, mas nada te ensinei da morte.
Quando a tua avozinha partiu, fechaste-te e que me lembre na minha presença não choraste uma só vez. Lembro-me que te afectou imenso e recordo-me de ter ido à escola falar inclusive com a tua professora, que também já partira.
Devia ter falado contigo sobre a Morte. Devia ter explorado contigo todos os seus aspectos negativos.
Mas a morte como em quase todas as casas, é um tabu no geral.
Se os filhos falam na morte, logo respondemos...épa, mudemos de assunto por favor porque não estaremos cá nesse dia. É realmente o único compromisso a que desejamos verdadeiramente faltar. Ao dia da morte de um filho! Mas tu tinhas a capacidade incrÃvel de quebrares as regras. Por isso constato que devia mesmo ter falado contigo sobre a morte. Talvez lhe ganhasses um medo terrÃvel mostrando-te que o melhor caminho era mesmo o da vida.
Amo-te meu amor e amar-te-ei eternamente mesmo que não concorde contigo.